Autoconhecimento é sentir

Quando eu tenho uma dificuldade gosto de pensar que podemos passar por situações diferentes, mas como seres humanos, compartilhamos sentimentos e emoções semelhantes. Ou seja, não é só com a gente.

O que muda é como lidamos com o sofrer. A ancestralidade e nosso entorno influencia na maneira de ser e perceber a vida… porém, como lidamos nesse instante, AGORA, com aquilo que causa desconforto? Além da história que carregamos, dentro de nós existe uma parte em eterna (des)construção, cheia de força e sabedoria… e ela pede para emergir, o tempo todo. Jung chamou esse processo de individuação. E a individuação é… individual.

Só você tem a chave para abrir suas portas internas. Mas quem é esse “você” que conduz a vida que te habita? Já fez o exercício de viajar no tempo e revisitar quem você era há 5 anos atrás? 10 anos atrás? Quais as pessoas estavam mais presentes em sua vida? Quais os grandes prazeres e preocupações? O quanto isso mudou?

O “conhece-te a ti mesmo” é a típica frase simples de ler e complexa de entender. Lembro de aos 17 anos, em um período difícil, tentar conectar com o “agradecer” e não sentir nada. Apenas uma palavra vazia.

E aqui, uma pista.

O autoconhecimento é um processo quase que puramente do sentir.

Sentir e Perceber.

Perceber a mim mesma, todas as manhãs… quem é que acorda? Quem é que levanta depois de ter saído do emprego ou terminado o casamento? Quem está lendo isso depois da morte de alguém querido atravessar? Quem é que lida AGORA com essa questão, que provavelmente acontece desde lá de trás, e ainda retoma para que haja a (re)descoberta do recurso em lidar com a dor?

Autoimagem, sustentação interna, um chão para conhecer e pisar sem medo… tenho trabalhado muito isso. Quebrando uma visão cristalizada sobre mim mesma em minhas limitações.

Quem é que determina o que pode e o que não pode? Quem é que sabe o que faz bem e o que faz mal?

A solução não está fora, a cura não está no remédio… a cura só acontece de dentro e por você. Algumas coisas ajudam, no quadro agudo trazem alívio, outras promovem catarse e reflexão… mas sentir, silenciar e respirar consciente são recursos acessíveis e de alta tecnologia.

Respire.