O Louco: a entrega para o fluxo

Quando nascemos, pulamos desse abismo. Quando nos apaixonamos, pulamos desse abismo. Quando mudamos de casa ou de profissão, começamos nova faculdade, novo trabalho, novo papel, entre tantos que já temos. Pulamos todos desse abismo.

E quantas jornadas de pular precipício topamos nessa vida? Muitas vezes voamos, e é lindo. Outras vezes topamos com o dedão na pedra e a cara no chão mesmo. Nos machucamos mas continuamos. E se prestarmos atenção, há sempre companheiros nessa estrada, nunca estamos realmente sozinhos, as vezes pode ser um cachorro, outras vezes uma sincronicidade do universo, um sonho… e eles tendem a nos sinalizar que nem tudo são flores, como muitas vezes achamos quando nos fixamos em projeções criadas e não nos damos conta de que realmente há uma queda a frente.

Cair é soltar as resistências, se entregar. Viver de agora pura e simplesmente, mas saber que o amanhã vai chegar. As vezes é necessário mesmo pular. O sol vai sempre brilhar, porque a vida é e nunca vai deixar de ser esse tanto de experienciais vividas, aprendidas e soltas… o caminho é ir deixando a bagagem, até sobrar uma trouxinha com o essencial mesmo.

Não existem erros. Estamos aqui para vivermos nossas projeções.

O Louco, arcano sem número, simboliza toda essa jornada, de n experiências e vidas que precisamos ter para realmente sabermos quem somos nós. E quando soubermos, pouco importará, porque é muito mais sobre a jornada do que o destino.