Próxima parada: vishuddha chakra

Patanjali vai alertar em seu yoga-sutras dos perigos do envaidecimento do ego conforme a prática vai se aprofundando - e o corpo e a mente vão se desenvolvendo.

Yoga, antes de tudo, é estado de bem aventurança, meditação.

A vertente do Hatha (com posturas corporais) foi a que mais se popularizou aqui no ocidente. Porém, quanto tempo você é capaz de permanecer sentado sem desconforto? É nesse ponto que podemos falar de Yoga “avançado”.

Para acessar posturas mais desafiadoras, exige-se uma consciência corporal que vai sendo trabalhada, capacidade de foco, alongamento e alinhamento com a respiração. Um verdadeiro labor que, junto, vai lapidando a mente.

Essa é a joia do Hatha.

Patanjali também fala sobre os siddhis: assim como o corpo, a mente vai adquirindo habilidades aparentemente extraordinárias. Um exemplo: você está pensando em alguém… o telefone toca e é justamente essa pessoa. Você percebeu o campo. Reflexo de um refino de percepção.

Ao longo desses anos, tenho testemunhado essa capacidade da gente perceber o campo. Algo que sempre me impressiona e me fascina. É acessar o reino do éter, ou akasha, em sânscrito.

Não à toa que eu dedico minha vida a esse trabalho que muitas vezes é desvalorizado ou cai no descrédito… “pseudociência”. E olha que eu venho de duas formações acadêmicas com bolsas de iniciação científica.

Como negar alguns tipos de experiências, únicas, em que não é possível reproduzir em um método científico, mas que são muito reais e transformadoras?

A percepção é uma faculdade que possuímos todos. Porém, condicionados pelos cinco sentidos, e cheios de parâmetros do que é real e palpável, perdemos o contato com essa porção mais sutil da vida. No livro "Passes Mágicos" de Carlos Castañeda, Don Juan fala muito sobre essa questão de perceber. Pense bem, cada célula do seu corpo é dotada de inteligência. O que acontece é que aprendemos a filtrar os estímulos para viver essa vida, experienciar o que chamamos de realidade, nessa forma específica de cognição que, para a sobrevivência da espécie funcionou bem. No entanto, o caminho evolutivo, é um caminho de mudança.

Jung vai fazer uma extensa comparação sobre cada chakra representar um nível de consciência. No cardíaco, acessamos o nível psíquico. A capacidade de reconhecer que nossos pensamentos influenciam e possuem certa autonomia em nossa estrutura egoica. A nível de coletivo, hoje, chegamos só até aí. Porém, ele fala que no próximo chakra, no laríngeo, mora essa percepção do campo. Esse é o próximo salto.

“O essencial é invisível aos olhos.”